Semeando um futuro melhor...

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terça-feira, 3 de abril de 2012

1° LUGAR MUNICIPAL SÃO LEOPOLDO – MEMÓRIAS LITERÁRIAS Memórias de um bairro

E.M.E.F.PROFª DILZA FLORES ALBRECHT
Raquel Bueno – 8ª série
Professora Claudete Vargas da Silva


Memórias de um bairro

Fazendo um texto para a escola eu pedi: “vó, me conta a tua história pra eu poder contar a minha”. E ela me contou histórias que eu pouco conhecia.
Nascida em 1954, Lourdes teve uma infância curta e sofrida como muitas pessoas de sua época,no interior. Em 1975, casou-se com Pedro.
Dois anos depois com a filha doente, mudaram-se para São Leopoldo, em busca de tratamento, e felizmente aqui meus avós conseguiram salvar minha mãe da meningite.
Em 1982, quando estavam cheios de planos, minha vó grávida de seu segundo filho e morando de aluguel, surgiu a oportunidade da casa própria, com a construção da Feitoria Cohab, “muitas vezes, visitávamos as obras, sonhando com nossa casa própria”.
Neste mesmo ano, conseguiram a casa e mudaram-se, “nossa casa só tinha dois cômodos e um banheiro, mas era nossa”,contou ela com os olhos brilhando.
Ela lembra que as pracinhas novinhas, onde levavam as crianças para brincar até altas horas da noite, sem se preocupar com o perigo, sem medo de assalto ou de qualquer outro tipo de violência, ”havia poucos moradores nas casas, e os apartamentos ainda eram completamente desabitados”.
Em 1987, a Cohab começou a mudar, infelizmente para pior: uma enchente muito grande no Bairro Campina deixou muitos desabrigados, e os apartamentos vazios e inacabados foram invadidos pelas famílias atingidas. A partir daí cada morador foi articulando sua moradia como melhor lhe agradava, para acomodar uma família cada vez maior. E os apartamentos foram perdendo suas características de condomínio e tornando-se algo parecido com um labirinto.
A Cohab das pracinhas novinhas, tornou-se um lugar praticamente um lugar impossível de se frequentar, pois a delinquência tomou conta de nosso bairro, hoje em dia a Cohab é quase sinônimo de delinquência.
Hoje, nossa vila é assim: onde tínhamos a esperança de um lar, temos a vergonha de morar, pois quando vamos a uma loja, sentimos o preconceito no olhar das pessoas, quando damos nosso endereço.
Depois de vinte e sete anos e várias histórias, o que temos ao nosso redor é uma legitima Cohab, a Cohab da nova geração, mas onde existem muitas pessoas de caráter com historias sofridas, baseadas na certeza de transformar uma casa ou um apartamento em um lar, como fez minha vó Lourdes.

Um comentário:

  1. Não acredito que depois de tanto tempo ainda sou lembrada pelo meu texto.

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